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domingo, março 08, 2009

ESTOU PARANDO A POSTAGEM DAS FOTOS PARA COLOCAR UM TEXTO QUE O REGINALDO MARINHO ME PRESENTEOU.


Arte desidratada, essencial.

Fred Svendsen não é um artista paraibano. Ele nasceu na Paraíba, descendente dos bravos vikings, mas a sua arte é do planeta. A arte de Fred não se prende a valores regionais ou exóticos. A sua arte nasce das profundezas da alma, instigando o espectador para um olhar voltado para os nossos interiores, habitados por seres mágicos que afloram em seus desenhos ou pinturas. Ela é, portanto, uma arte universal desprendida e plena. Podemos perceber, em seus desenhos, facilmente, a velocidade milimétrica de seu traço. Um traço vigoroso e compulsivo.
Fred reaviva os nossos sonhos e pesadelos. Não é uma arte fácil, daquelas que o mercado adquire para combinar com a cor da parede ou das cortinas. É uma provocação permanente. Uma arte sólida. Concreta.
Dispondo de uma linguagem própria, que porta em si a carga das mais profundas emoções, a arte de Fred impacta os nossos olhos. Uma arte aguda. A gramática é fácil, ela está adormecida em cada um de nós. Basta olhar e você logo se vê, se identifica e interage. Um espelho que reflete as nossas inquietações, dúvidas e anseios. Uma arte que começa em si mesma e se completa em você. Uma sinapse que se processa dentro e fora de seu cérebro. A arte e você formam a unidade.
Com esse olhar introspectivo, você passa a ser autor, não da obra dele, mas de sua própria obra, de sua vida. Você não permanece o mesmo depois de apreciar a obra desse inquietante artista. Fred vomita nas telas a sua natureza essencial. A essência vital que há em cada ser vivo ressurge e você se torna cúmplice da arte dele.

Reginaldo Marinho

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