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domingo, abril 17, 2011

Paixão de Cristo como manifestação cultural: Artistas paraibanos falam de suas retratações Obras fazem parte da exposição "Ceiamos", na Galeria Gamela Postado por Isa Paula Morais em Cultura , dia 16/04/2011 às 13:25h
Evento central às crenças cristãs, a Paixão de Cristo carrega em si as dores e os sofrimentos de um mundo. Os atordoamentos físicos, espirituais e mentais desta época trazem Jesus Cristo como figura símbolo de suas representações. As artes plásticas, por sua vez, contribuem e contribuíram de forma significativa para a construção e desconstrução das aflições através da retratação dos sentimentos vivenciados pela condição humana. Arte e religião se combinam e podem ser percebidas na mente em alguns trabalhos de Miguel dos SantosFred Svendsen, e Rodrigues Lima. Estes dois últimos expõem seus trabalhos na Galeria Gamela, parte da exposição "Ceiamos". O paraibano Miguel dos Santos, que passeia pelas esculturas, pinturas, desenhos, arte digital e por um mundo a ser explorado em sua mente, fala um tanto acerca do evento cristão e da via crucis que retratou. “O sofrimento de Cristo é o nosso de cada dia. São as dores de cada um. Todos os dias passamos por pequenas crucificações e esta é uma maneira simbólica de expressar a luta diária”, reflete. Santos destaca, ainda, que a Paixão de Cristo é considerada pelos intelectuais como a obra de arte mais importante. “A retratação de Cristo vem do movimento expressionista. Há a captação de uma expressão dramática. O tema é riquíssimo”, com a voz tranquila, fala Santos. Classificando e tentando definir as pessoas pela ocupação do tempo, chamamos Fred Svendsen de pintor. Svendsen, por sua vez, conversa tranquilamente acerca da Paixão de Cristo. “Noto um distanciamento em relação à religião. A arte procura trazer às pessoas esta reflexão”, percebe o pintor. Ele comenta, ainda, acerca de sua última obra, que compreendeu a retratação de Jesus Cristo. “Este foi um trabalho que exigiu responsabilidade. Tive de fazer um Cristo bonito, pois não se pode brincar com a religiosidade das pessoas. Quis dar a ele minhas características, já que fui eu quem o retratou”, conta. A retratação de Cristo nos remete à questão: que forma ele tem? Tem forma, realmente? Svendsen responde: “Cristo é um quadro que não tem dono; é o quadro mais bonito do mundo”, acrescenta. Rodrigues Lima nunca retratou Cristo em suas obras, já que sua arte não perpassa pelas figuras humanas. No entanto, intitulando o homem conhecido por dois sobrenomes de artista, ele percebe que esta figura “pode estar inserida de forma subjetiva na Páscoa. Podem-se perceber alguns dele sinais através do partilhar, caminhar e da relação do homem com a natureza retratado através da paisagem”, diz Lima. A Paixão de Cristo pode, ainda, ser vista como manifestação cultural. “É um marco para todos nós; é a forma como cada cultura absorve seus elementos. Podemos ver Cristo dentro da realidade, através dos nossos valores, ideais e princípios. Crucificamos Cristo todos os dias a partir de nossas crueldades”, percebe Rodrigues Lima. Obras de Rodrigues Lima e Fred Svendsen podem ser apreciadas e percebidas na Galeria Gamela, como parte da exposição que tematiza as relações do homem com a natureza, bem como a Páscoa. A exposição, que se encontra na Avenida Navegantes, no bairro Tambaú, se estende até 30 de abril.

SERVIÇO Exposição Ceiamos Onde: Galeria Gamela Avenida Navegantes, 756/101,esquina com a Av. Olinda,193, Tambaú A que horas? 9h às 19h De quando até quando? 9 a 30 de abril Quanto? Grátis

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